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Descubra: (EM) REFORMA?

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Sobre

Silvio Célio Felicio é professor de História da Rede Estadual de Ensino, desde 2004, é professor/coordenador no Colégio Estadual João Netto de Campos. Licenciado e Bacharel em História pela UFG Catalão, especialista em História do Brasil e aluno do Mestrado Profissional em História na hoje UFCAT. Desenvolve  pesquisas na área de História Cultural, sobre rádio e modernidade, História e Cotidiano em Catalão (1955-1965), orientadas pela professora  e doutora Regma Maria dos Santos. Atualmente desenvolve pesquisa sobre Reforma do Ensino Médio e sua divulgação/repercussão na mídia digital e a situação da disciplina de História na composição do novo Ensnino Médio, além da implementação da Reforma na rede pública de Goiás.

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Apresentação

O objetivo do Blog é de oportunizar um espaço de discussão e divulgação do que foi veiculado na mídia digital sobre a Reforma do Ensino Médio desde a MP746. Até a Lei 13415 de  17 de fevereiro de  2017.

Neste espaço disponibilizo várias notícias e textos divulgados pela imprensa, artigos, textos de blogs de professores, sites de instituições de ensino, além de pesquisas acadêmicas já realizadas sobre o tema e que servem de aparato teórico para minha pesquisa de conclusão de Mestrado em História.

Acredito que este Blog possa também se converter num espaço de discussões e para publicações de alunos da graduação e professores/pesquisadores que discutem sobre a Reforma do Ensino Médio e o Ensino de História nessa nova configuração dessa modalidade da educação básica no Brasil.

Utilizo este veículo para divulgar parte do percurso da minha pesquisa sobre a Reforma e BNCC ( Base Nacional Comum Curricular ) bem como parte da minha experiência como professor de História da Rede pública.

Os temas Reforma do Ensino Médio e BNCC ainda requerem muito estudo muitos debates e discussões pois se trata de mudanças em curso e que podem afetar e muito a Educação Básica no Brasil.

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Reforma do Ensino Médio 1: Lições da História

As sucessivas crises do ensino médio – acho que não seria incorreto falar de uma única e persistente crise, prolongando-se ao longo de toda a nossa história, alimentada até mesmo pelas frequentes mudanças a que foi submetido esse grau de ensino – conferem certa razão a Darcy Ribeiro quando afirma que “a crise da educação brasileira não é um problema, é um programa.”

No momento em que mais uma reforma está na ordem do dia, é de fundamental importância refletir sobre as lições da História. E a primeira lição é a de que não é por falta de reformas que o ensino médio continua em crise. No período republicano, que começou em 1889, e considerando apenas as mais importantes, foram 14 reformas do ensino médio, ou seja, uma a cada 9 anos em média:

Reforma Benjamin Constant (1890): secundário de 7 anos.Reforma Amaro Cavalcanti (1898): secundário de 6 anos (curso realista) ou 8 anos (curso humanista).Reforma Epitácio Pessoa (1901): secundário de 6 anos.Reforma Rivadavia Correa (1911): secundário de 6 anos (externato) ou 4 anos (internato).Reforma Carlos Maximiliano (1915): secundário de 5 anos.Reforma João Luís Alves (1925): secundário de 5 anos (certificado de aprovação) ou 6 anos (bacharelado em ciências e letras).Reforma Francisco Campos (1931): secundário de 7 anos (5 anos de curso fundamental e 2 anos de curso complementar, este com 3 opções, de acordo com o curso superior pretendido: a) curso jurídico; b) cursos de farmácia, medicina e odontologia; c) cursos de engenharia e arquitetura).Reforma Gustavo Capanema: secundário clássico ou científico (1942), técnico industrial (1942), comercial (1943) e agrícola (1946), todos divididos em dois ciclos: ginasial, com 4 anos, e colegial, com 3 anos. O técnico não dava direito a ingressar no curso superior, para tanto o estudante era obrigado a cursar todo o secundário.Exames de adaptação (1953): o concluinte de qualquer dos cursos técnicos poderia candidatar-se ao ensino superior desde que prestasse exames de adaptação nas disciplinas do secundário não cursadas no técnico.Lei de Diretrizes de Bases (1961): ensino médio englobando o secundário, o técnico (industrial, comercial e agrícola) e o normal, todos em dois ciclos (ginasial de 4 anos e colegial de 3 anos) e equivalentes quanto ao acesso ao ensino superior.Lei de Diretrizes e Bases do ensino de 1º. e 2º. Graus (1971): o ginasial é integrado ao primário, formando o ensino de 1º. grau de 8 anos, e o colegial passa a se chamar ensino de 2º. grau, obrigatoriamente profissionalizante, com duração de 3 anos (auxiliar técnico) ou 4 anos (técnico), devendo a escola escolher os cursos oferecidos entre mais de 200 habilitações.Fim da profissionalização compulsória (1983): as escolas deixaram de ser obrigadas a oferecer formação profissional.Lei de Diretrizes e Bases (1996): ensino médio com duração mínima de três anos, exclusivamente de formação geral, podendo o ensino técnico ser cursado de forma concomitante ou subsequente ao ensino médio, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho.Ensino técnico integrado ao ensino médio (2004): além de concomitante ou subsequente, o técnico poderia estar integrado ao ensino médio, mediante uma única matrícula na mesma instituição.

Das características dessas reformas podemos extrair outras lições: em sua maioria foram promovidas por ministros, reconhecidas pelos seus nomes, ou por burocratas encastelados no ministério, vendedores da ilusão de que a sua não seria mais uma reforma, mas a reforma, que haveria de erradicar definitivamente as mazelas do ensino do passado. Sabemos que fracassaram redondamente. É a segunda lição: personalismos de nenhuma espécie constituem solução, antes, fazem parte do problema.

Assim também os autoritarismos, cujo fracasso representa a terceira lição: as reformas da Primeira República foram impostas por decretos do Executivo, previamente autorizados pelo Legislativo, a quem cabia a competência de legislar sobre o ensino; as do Estado Novo também foram implantadas por decretos do Executivo, porém, sem autorização legislativa; as duas únicas longamente debatidas no Congresso foram as LDBs de 1961, por treze anos tramitando no Congresso, e de 1996, discutida por oito anos; já a proposta atual tem a forma de medida provisória, coisa que nem a ditadura ousou fazer, tendo enviado ao Parlamento a reforma de 1971 como projeto de lei, muito embora aprovada sem alterações por um Congresso submisso, desbastado pela cassação de suas lideranças oposicionistas.

A quarta lição é a de que a simples mudança da lei não significa a transformação da realidade, pode, pelo contrário, representar uma recusa ao enfrentamento da crise, muda-se a lei para que tudo continue na mesma ou até piore, como tem acontecido historicamente. O que melhorou com a mudança do nome do ensino secundário para ensino médio, depois para ensino de 2º. grau e, novamente, para ensino médio?

O de que precisamos é aproximar sempre mais os “valores reais” dos “valores proclamados” da educação, para usar expressões caras a Anísio Teixeira. E esta é a quinta lição: a mudança real se dá na sala de aula, na escola, com a participação de todos os envolvidos diretamente no processo educacional: alunos, professores, pais, comunidade.

Finalmente, a sexta lição: a educação deve ser uma política de Estado, de longo prazo e permanente, não de um governo ou de um partido, muito menos de indivíduos, por mais iluminados ou geniais que se acreditem. Como afirmei em 1985, ao receber o “Prêmio Grandes Educadores Brasileiros”: “a mudança na educação não é tarefa para uma só pessoa, por mais genial que seja. É uma obra coletiva”.

Concluindo, deixo para reflexão a mensagem de Clóvis Roberto dos Santos, de Santo André (SP), publicada na Folha de S. Paulo de 29/09/2016: “Todas as reformas educacionais fracassaram, haja vista os resultados das avaliações realizadas nos últimos tempos. Sempre houve preocupações com carga horária, currículo e infraestrutura, mas se esquecem do principal: o professor, que continua mal formado, mal recrutado, desmotivado e, principalmente, mal remunerado. Por isso, como tantas outras, a reforma agora pretendida com certeza é um fracasso anunciado”.

Nelson Piletti é graduado em Filosofia, Jornalismo e Pedagogia; mestre, doutor e livre-docente em Educação pela Universidade de São Paulo (USP); ex-professor de ensino fundamental e médio; professor aposentado do Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação da Faculdade de Educação da USP. Autor de Aprendizagem: teoria e prática e coautor de Psicologia da aprendizagem: da teoria do condicionamento ao construtivismo, Psicologia do desenvolvimento e História da educação: de Confúcio a Paulo Freire, todos pela Editora Contexto.


LEIA COMPLETO EM:

http://www.editoracontexto.com.br/blog/reforma-do-ensino-medio-nelson-piletti/

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